quinta-feira, 13 de setembro de 2012

Esquema do Ipem foi replicado na Ativa.


Esquema do Ipem foi replicado na Ativa
Denúncia do Ministério Público aponta que ONG era usada para desviar dinheiro público para empresas de Rychardson
Jéssica Barros e Paulo Nascimento

As mesmas empresas utilizadas para movimentar o esquema de lavagem do dinheiro público desviado do Instituto de Pesos e Medidas do RN (Ipem/RN) aparecem na denúncia feita pelo Ministério Público Estadual (MPE) envolvendo fraudes cometidas na Ativa (Associação de Atividades de Valorização Social).

Pai, irmão e noiva de Rychardson são denunciados pelo MP em fraudes. Foto: Ana Amaral/DN/D.A Press
 Na denúncia, acatada pelo juiz da 4ª Vara da Fazenda Pública, Raimundo Carlyle, o MP tem por base 23 cheques adquiridos na quebra de sigilo da associação e depoimentos de supostos prestadores de serviço. O MP acusa o pai, o irmão e a noiva do ex-diretor geral do Ipem, Rychardson de Macedo - principal réu da Operação Pecado Capital - dos crimes de peculato e desvio de dinheiro público. A ex-tesoureira da Ativa também é acusada pelo MP.

Apesar de ser uma instituição privada, a Ativa se mantém com recursos advindos do município, ou seja, dinheiro público. No esquema investigado pelo MP, Rychardson seria o mentor da quadrilha de lavagem de dinheiro do Ipem e da Ativa. Além disso, a Promotoria de Justiça identificou diversos personagens da operação Pecado Capital com atuação dentro da Ativa e que tais pessoas tinham sido "colocadas" estrategicamente na associação para viabilizar o esquema fraudulento por Rychardson.

As novidades no caso são que a noiva do acusado, Emanuela de Oliveira Alves, teria sido diretora da Ativa nos anos de 2009 e 2010 e também peça fundamental para o esquema de desvio de dinheiro público para as empresas da família de Rychardson. A tesoureira da Ativa, Cássia Rochele Araújo, também estaria envolvida no esquema, já que ela e Emanuele eram as responsáveis pela assinatura dos pagamentos referentes aos contratos suspeitos firmados pela Ativa com supostos prestadores de serviço. Na denúncia, o MP acusa as duas ordenadoras de despesa da Ativa de desviar dinheiro para as empresas da família de Rychardson, que tinham como sócio e braço operacional Rhandson de Macedo, irmão de Rychardson, e o pai deles, José Bernardo, como sócio oculto.

Segundo constatado pelo MP, Rhandsonde Macedo também chegou a trabalhar na Ativa durante o segundo semestre de 2010, como auxiliar administrativo, mas nem ele nem Emanuele Alves e Cássia Araújo constavam na lista de empregados enviada pela Ativa ao MP. Outro fato apontado pela promotoria é de que tanto a noiva de Rychardson quanto a tesoureira da Ativa foram servidoras do Ipem simultaneamente às suas atividades na Ativa.

Lavagem
A tese da Promotoria de Justiça é que o dinheiro era desviado da Ativa de duas formas: por meio das empresas criadas em nome de testas de ferro e de familiares de Rychardson e também por meio da falsificação de cheques, efetuados por Emanuele Alves e Cássia Araújo, que forjavam o nome dos beneficiários a fim de esconder o real caminho dos pagamentos desviados da Ativa para as empresas da família. Foi constatada na movimentação da Ativa que 13 cheques da associação chegaram à conta da Platinum Veículos e outros três à conta do Supermercado É Show, empresas de fachada criadas para lavar o dinheiro ilícito.

José Bernardoé acusado de ter lavado dinheiro recebido ilicitamente, movimentando-o por meio das empresas da família, Platinum Veículos e É Show, atualmente fechadas. É destacada na denúncia do MP que os acusados não possuíam padrão de vida compatível com a renda declarada e se beneficiavam diretamente dos valores desviados da Ativa para as empresas da família de Rychardson. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário

peço a todos que visitarem meu blog
deixem comentarios.
obrigado.