terça-feira, 2 de abril de 2013

UPAs da Esperança não têm data para inaugurar :

Esperança. É como se chamam os bairros onde estão localizadas as duas unidades de pronto atendimento que prometem desafogar os hospitais públicos de Natal e Parnamirim. As UPAs de Cidade da Esperança e Nova Esperança estão prontas há meses, mas ainda não há data para inauguração.

Quando inauguradas, as duas unidades atenderão, em média, 1,6 mil pessoas por dia, e diminuirão a fila de espera nos hospitais. A equipe de reportagem esteve ontem no local e constatou que os prédios, fechados, já se deterioram.

A de Cidade da Esperança começou a ser construída há quatro anos, mas ainda precisa passar por uma série de adequações. A de Nova Esperança, em Parnamirim, foi concluída há pelo menos seis meses e ainda aguarda os equipamentos.

Os recursos para aquisição dos equipamentos estão na conta do Estado, mas não tem data para serem liberados. O secretário de Saúde de Parnamirim, Mário César, se reunirá esta semana com o secretário estadual de Saúde, Luiz Roberto Fonseca, para definir os próximos passos.

Estamos esperando que o governo do Estado compre os equipamentos para iniciarmos o processo seletivo, afirma Mário Cezar. Esperamos que a unidade seja inaugurada até junho, mas isso vai depender do tempo necessário para licitar a aquisição dos equipamentos, acrescenta.

Luiz Roberto Fonseca, secretário estadual de Saúde, explica que para iniciar o processo licitatório é preciso que tudo esteja muito articulado entre o Estado e o Município, para que o Estado não seja penalizado. Segundo ele, o Estado só pode comprar os equipamentos quando a Prefeitura de Parnamirim tiver fixado uma data para a inauguração.

A situação da UPA da Cidade da Esperança é mais complexa. Além de adquirir equipamentos e realizar concurso para contratar pessoal, é necessário, segundo a Secretaria de Saúde de Natal, construir um ponto para a ambulância do Samu, instalar os equipamentos contra incêndio, e construir rampas de acesso. A equipe de reportagem tentou entrar em contato com o secretário de saúde para saber que providências estão sendo tomadas, mas ele não atendeu as ligações.

Enquanto as UPAs não são inauguradas, os moradores buscam atendimento nos hospitais. Osmar Castanha do Nascimento, 67, é um deles. Hipertenso, busca atendimento sempre no Hospital Walfredo Gurgel. Foi para lá que se dirigiu na última crise. O aposentado chegou a esperar nove horas para ser atendido e se revolta. Se a UPA estivesse funcionando, eu teria sido atendido aqui. Ela já está pronta. Só falta funcionar.

A autônoma Ana Elizabeth, 30, mora ao lado da UPA de Nova Esperança, e tenta há quatro meses fazer o cartão do Sistema Único de Saúde (SUS) para consultar o filho, que é alérgico. Nem no Hospital Deoclécio Marques a gente consegue atendimento, reclama.

De acordo com o secretário de Saúde de Parnamirim, Mário Cezar, o atendimento de urgência e emergência do hospital Deoclécio será desativado quando a UPA de Nova Esperança for inaugurada. Só não sabemos quando isso ocorrerá, reconhece.