quinta-feira, 29 de maio de 2014

Como chegar ao Aeroporto Internacional da Grande Natal Aluízio Alves (que fica em São Gonçalo do Amarante)


A história é a seguinte: viajarei semana que vem e o Aeroporto Internacional de Natal Augusto Severo, cuja reforma de “requalificação e modernização do terminal de passageiros” realizada um ano e meio atrás custou R$ 16,4 milhões, vai fechar no sábado.
Sorte a nossa que a estrada de acesso que deveria ter sido feita sete anos atrás por 28 milhões não ficou pronta, apesar de já estar em uso e ter custado R$ 60 milhões mesmo sem qualquer sinalização ou barreira de segurança.
Como o caminho para o novo aeroporto é, exatamente, duas vezes mais longo, fui hoje dar uma olhada no que me espera.
Contando da minha casa, ao invés de doze e meio quilômetros precisarei percorrer vinte e cinco. Mas, numa matemática potiguar, o dobro da distância significa o quádruplo do tempo. Por passar pelo infame “gancho de Igapó”, local com maior densidade de tráfego do RN em horário de pico, o usuário do aeroporto precisará ficar preso em pelo menos sessenta minutos de trânsito lento para, só então, tentar não se perder a caminho do aeroporto.
Por outro lado, li agora uma notícia que diz que a “conversão à esquerda na rotatória, utilizada pelo fluxo de tráfego oriundo de São Gonçalo do Amarante com destino à BR-406/101 (Ceará-Mirim/Extremoz) será extinta“. Ou seja, os moradores do município onde se situa o aeroporto precisarão ir até outra cidade, fazer o retorno e voltar para o locar de onde saíram para, só então, terem o direito de tentar chegar ao aeroporto, passando por uma obra que,após dez anos, custou R$ 48 milhões e, dois anos depois disso (a notícia é de 2012), nunca foi sequer iniciada. Quatro milhões de reais por cada ano de atraso. Parece uma multa que o Estado aplicou a si mesmo e, como toda boa multa cobrada pelo Estado do Rio Grande do Norte, o dinheiro puft.
Bom, voltando. Após passar num trecho que não vê melhorias desde, literalmente, o século passado, passa-se sobre a Ponte de Igapó (batizada oficialmente como “Ponte Costa e Silva”, em homenagem ao grande estadista nacional que instaurou o AI-5, instrumento que deu ao presidente poderes absolutos de ditador, usados para destituir a governadoria de Aluízio Alves, nome do novo aeroporto) e vai-se direito pela BR-406.
Se você não sabe qual é a BR-406 eu só lamento, porque não existe uma só placa indicando sua existência. O que existe, numa rotatória dez quilômetros após a ponte, é uma placa da FIFA – sim, uma placa de sinalização da FIFA, não do DER – apontando o caminho (existe antes uma primeira rotatória, o já mencionado “gancho”, mas ela foi fechada para os pobres que não moram na capital, então acho que não tem erro ali).
O problema é que esta placa em questão aponta para o lado errado. Ao invés de indicar a BR-406 ela aponta para a BR-101 e diz “AEROPORTO ->”.
Se você não se perder em Extremoz (outro município) e tiver desafiado a placa e seguido mais ou menos em frente (é uma rotatória, não existe “em frente” teoricamente), você irá continuar mais ou menos numa linha reta até a próxima placa da FIFA (novamente, nenhuma placa do departamento responsável pelas placas) que diz que você está indo muito bem, pelo único caminho possível.
Em seguida, mais ou menos oito quilômetros depois da segunda rotatória (aquela onde você deve desobedecer à placa da FIFA), não existem mais placas. Porque você já passou da entrada para o aeroporto.
Supondo que, por algum motivo sobrenatural, você achou que aquela ruma de terra preta virada ao lado da pista (que está sendo duplicada do lado contrário ao do acesso – jênial!) era uma entrada e conseguiu não capotar o carro na ladeira nem descer as encostas desprotegidas que ladeiam a pista em ^reforma^ (aspas irônicas), você deverá entrar ali. Isso se conseguir ver a ruma de terra preta virada, já que não há iluminação pública no local por se tratar somente de uma rodovia federal.
O acesso é por ali no fundo da ladeira. A imagem do GMaps é de 2012 e ainda não sabiam que ia ter um aeroporto por ali, cujo acesso deveria ter sido feito antes...
O acesso é por ali no fundo da ladeira. A imagem do GMaps é de 2012 e o poder público ainda não sabia que ia ter um aeroporto por ali, cujo acesso deveria ter sido feito antes…
Somente após entrar no acesso e percorrer alguns decametros a placa indicativa se fará visível. Novamente, uma segunda placa que diz qualé o caminho quando você está no único caminho possível – e a primeira colocada pelo Poder Soberano Federal.
O mesmo poder colocou uma placa, logo adiante, avisando que o aeroporto se encontra a quatro quilômetros.
Cinco quilômetros mais tarde, descubro pelo segurança da obra que ainda faltam dois quilômetros até a entrada propriamente dita.
Aliás, cinco quilômetros da estrada mais perigosa que já encontrei na vida. As bordas não só são altas como são afiadas (e com carros andando na contramãoNA IDA E NA VOLTA). E, a exemplo do acesso recém-inaugurado para o aeroporto recém-reformado que irá fechar em quatro dias, este também não tem qualquer proteção lateral, o famoso guardrail. Apesar de que aqui em Natal nós favorecemos o gelo baiano como forma de contenção automobilística.
Aqui um mapinha. Não deve ajudar muito mas é, sem dúvida, melhor que a sinalização norte-riofifense.
E, porque isso tudinho aí em cima é pouco, ainda tem um pedágio.
Pedágio do Aeroporto Internacional da Grande Natal Aluízio Alves
Pedágio do Aeroporto Internacional da Grande Natal Aluízio Alves
Que não foi pintado e ainda está sem energia elétrica.
Mas tudo bem, a inauguração é só daqui a quatro dias. Dá tempo.
por Igor Santos.

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