quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

PREJUÍZO PARA A ECONOMIA DO ESTADO: Eólicas paradas no RN já custam mais do que arena


GOVERNO FEDERAL JÁ PAGOU VALOR EQUIVALENTE À ARENA DAS DUNAS AOS PROJETOS EÓLICOS CONCLUÍDOS, MAS SEM FUNCIONAR NO RN; NO PAÍS INTEIRO, MAIS DE R$ 700 MILHÕES FORAM REPASSADOS ÀS EMPRESAS; PROBLEMA AINDA SÃO OS LINHÕES DA CHESF, ATRASADOS.

Foto: Argemiro Lima/NJ.
Argemiro Lima/NJ
Governo federal desembolsou quase meio bilhão de reais com energia eólica que não é produzida no Rio Grande do Norte
Nadjara Martins
DO NOVO JORNAL
“Dinheiro na mão é vendaval, é vendaval...” O refrão inicial do samba de Paulinho da Viola poderia muito bem embalar o setor eólico potiguar nos últimos 26 meses. Isso porque muito dinheiro tem sido jogado ao vento por uma geração de energia que, simplesmente, não vem acontecendo. Somente entre julho de 2012 e dezembro de 2013, o Governo Federal desembolsou R$ 444,7 milhões com os 32 parques eólicos do estado que foram finalizados, mas permanecem sem gerar energia devido à falta de linhas de transmissão. Isso é mais que os R$ 423 milhões gastos para a construção da Arena das Dunas.
A maior parte destes parques está localizada na região do Mato Grande – que integra os municípios de João Câmara, Parazinho e Pedra Grande –, e resultam dos leilões de geração de 2009, 2010 e 2011. Juntos, possuem um potencial de produção estimado em 932 megawatts (MW). Desde que ficaram prontos, entretanto, os parques aguardam a finalização de uma linha de transmissão que liga as subestações de João Câmara a Extremoz. Estas unidades controlam o fluxo de energia elétrica.

Por meio da malha e das subestações que a integram, os parques podem conectar a energia produzida ao Sistema Interligado Nacional, que a distribui de norte a sul do país. A obra, que ficou a cargo da Companhia Hidrelétrica do São Francisco (Chesf), enfrentou diversos atrasos e percalços na entrega. O cronograma oficial previa a finalização da linha de 230 kV, assim como as subestações de energia em julho de 2012 – o que não foi cumprido. O último prazo divulgado pela companhia foi 21 de fevereiro deste ano.

Nesse ínterim, no entanto, o Governo Federal, por meio do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), precisou ressarcir as empresas pelo tempo que estiveram paradas. As oito empresas que controlam os parques – Gestamp Brasil, Energisa, Copel, Contour Global, Desa, CPFL Energia, Geoconsult e Mercurius – receberam repasses mensais, de acordo com o valor e o montante de energia contratados nos leilões dos quais elas participaram.

O que se chama de “potencial contratado” é a quantidade de MW que o parque se comprometeu em gerar. Por exemplo, uma geradora que venceu o leilão com um valor de R$ 180 por MW/hora e contratou 10.000 MW/ano, recebe R$ 150 mil por mês.

A obrigatoriedade do pagamento se dá devido à legislação que regia os editais de geração até 2012. Caso as geradoras finalizassem os empreendimentos dentro do cronograma estabelecido por contrato, mas não tivessem como escoar a produção, elas deveriam ser ressarcidas pelo Governo Federal.

De acordo com a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), órgão regulador do setor, o país gastou R$ 757 milhões pelas 48 parques que estão parados em todo o território nacional. Os estados com maior número de parques sem produção são o Rio Grande do Norte, com 32, e a Bahia, com 14.

Segundo Élbia Melo, presidente executiva da Associação Brasileira de Energia Eólica (Abeeólica), esse repasse às empresas era mais do que necessário ao investidor. “O tempo em que o parque esteve pronto, mas não teve como gerar resulta em um custo para o investidor, gasto esse que não é ressarcido. Você manter um parque parado fica mais caro do que um parque gerando, como acontece com qualquer máquina. Quando você ligar, pode ser que não funcione”, afirma a presidente.
Fonte Novo Jornal

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