São quase cinco horas da tarde e os moradores de Barra do Cunhaú, no Rio
Grande do Norte, estão parados de frente para a praia, com os olhos
vidrados no mar. Mas não se trata de um fenômeno natural. O povo,
curioso, estica o pescoço é para ver, mesmo que de longe, um pouquinho
de Grazi Massafera, Henri Castelli e Igor Rickli, os protagonistas de
“Flor do Caribe”, próxima trama das 18h com estreia prevista para março.
O
trio grava uma das cenas do folhetim, e o trabalho precisa ser rápido. A
tarde cai, e o sol começa a perder a força. O diretor de núcleo Jayme
Monjardim tem pressa, não quer perder a luz. A gravação começa com
peripécias na areia e um mergulho no mar. Em seguida, eles entram no
buggy amarelo-manga que, na ficção, pertence a Esther, personagem de
Grazi.
— Vamos lá, gente. Volta o carro, rápido — pede Jayme, que
registra o momento mais algumas vezes, para captar as possibilidades do
cenário.
Cenas como estas têm feito parte da rotina dos
habitantes locais desde o fim de novembro, quando equipe e elenco
desembarcaram no estado para o início das gravações da história escrita
por Walther Negrão. Entre as paisagens cenográficas estão as praias de
Pipa, o município de Baía Formosa, as dunas do Rosado e as de Genipabu.
—
Só havia estado em Natal uma vez a trabalho, não deu para conhecer bem.
Que lugar lindo! Para começar, eu amo a temperatura do mar. No Rio eu
nem entro na água, de tão gelada que é — conta Grazi, que faz a primeira
novela após ter dado à luz Sofia, em maio.
O retorno à TV, ela
comenta, aconteceu antes do esperado. Mas Grazi afirma que não teve como
recusar o convite de Jayme — com quem trabalhou em sua primeira novela,
“Páginas da vida”, em 2006; e Walther, com quem fez “Desejo proibido”,
em 2007:
— Quando li a sinopse, já me apaixonei. Ela tem um lado mais brincalhona e é apaixonada pelo Cassiano (Henri).
Na
história, Cassiano, Esther e Alberto (Rickli) são amigos de infância,
moradores da fictícia Vila dos Ventos. A amizade fica abalada quando
Alberto se declara para Esther, namorada de Cassiano, sem revelar seus
sentimentos para o melhor amigo. No decorrer da trama, ele dá um jeito
de se ver livre de Cassiano. Apesar das más intenções, o estreante Igor
Rickli defende seu vilão.
— Ele tem uma verdadeira obsessão pela
Esther, é mimado, articulador, sedutor. Mas não quero caracterizá-lo
como mau-caráter. Ele é capaz de tudo por amor — analisa Igor, de 28
anos, descoberto por Jayme durante uma apresentação do musical “Judy
Garland — O fim do arco-íris”, em São Paulo.
Preocupado com sua
performance no vídeo, Igor conta que usa todo o tempo livre para passar o
texto com Grazi e Henri e aperfeiçoar a maneira de atuar com a
preparadora corporal Rossella Terranova:
— Ela me deu um livro, “A arte cavalheiresca do arqueiro zen”, que me deixou seguro.
Para Henri, poder estar com a equipe, “vivendo o lugar”, vale mais que um workshop:
—
Traz a maior paz, uma energia incrível. Muitas vezes, em lugar de uma
leitura, a gente busca intimidade com os outros atores. O que ajuda
muito no vídeo.
Segundo Débora Nascimento, que vive Thaís, irmã
de Cassiano na ficção, “o sol, o vento e as dunas” têm papel fundamental
na composição da personagem.
— Ela é alegre e natural. Não mudei
muito o visual desde “Avenida Brasil”, só fiquei mais morena e meu
cabelo clareou com o sol — explica ela que, mais uma vez, contracena com
o namorado, José Loreto. — É bom rever toda a galera. O Aílton Graça, o
Bruno Gissoni, o Thiago Martins...
A concepção de “Flor do
Caribe”, afirma o diretor-geral Leonardo Nogueira, pega carona em
“Tropicaliente”, trama de 1994 também de Negrão.
— Há muito tempo
uma novela das 18h não explora esse clima de praia. Nosso conceito é
mostrar saúde, alegria, alto-astral. O cabelo é natural, as plantas
balançam. E é isso que vamos tentar reproduzir no Projac — avisa.
E o mais importante, acrescenta Monjardim, é tentar passar todas essas sensações para quem está em casa.
—
Queremos que o telespectador sinta o cheiro do orvalho da manhã, do
perfume da Esther. Pode ser um delírio, mas talvez venha aí a primeira
novela perfumada do Brasil. Mas eu disse talvez — sonha o diretor.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
peço a todos que visitarem meu blog
deixem comentarios.
obrigado.